domingo, 9 de março de 2008

O lance é ser -ÊRO

O ser humano é mesmo engraçado... adora dar nomes para as ondas do momento. A onda do momento é ser -êro! Sim! coloque esse sufixo em tudo que voce achar legal e seja mais um! Vamos lá, é facil! Voce pode ser chicletêro...vc pode ser guerrêro...praiêro...funckêro...soltêro... picaretêro... politiquêro... pagodêro e a mais nossa denominação que apareceu e tb está na onda é brahmêro!
O que se percebe é a completa falta de essencia pela qual as pessoas estao passando. A evolução como um todo segue a passos apressados, mas parece que o ser humano, ou grande maioria deles, insiste em nao querer sair do lugar...pensar...criar... Preste atenção e observe. Deveriamos dar mais valor para essa última frase. Alias valor mesmo é o que está, infelizmente, tb em falta no nosso armazém interno. É mais facil ser politiquêro do que ser honesto, é mais facil ser pagodêro do que ser humilde, por conseguinte é mais facil ser brahmêro do que ter caráter. Vivemos uma onda de superficialidades... Uma bola de lixo visual, auditivo, vazio impedindo que aprofundemos mais nas reclamações da alma, no olhar faminto de alguem que está do seu lado e pede, nao dinheiro ou alimento, mas amor. Vivemos uma onde de completa carencia humana. Uma situação bizarra já que somos carentes de nós mesmos muitas vezes. Percebe-se que os sentimentos se tornaram epidermais e assim parece que vao continuar. Onde aconteceu a quebra? Quando se deu o erro? Onde estao os valores? Mas a regra é clara: seja mais um. E é isso mesmo...falamos com a boca cheia: sou brahmêro! Nos orgulhamos para gritar que somos praiêros. Nao é à toa que madre Tereza de Calcutá, em carta para seu superior, relatou que nao sentia mais a presença de Deus. A tomada de consciencia se faz urgente. É triste imaginar que estamos caminhando para o vazio. Ou preferimos acreditar que vai mudar um dia...nao vamos desistir nunca, nao é mesmo!, somos brasilêros.

Brunno Mabub

2 comentários:

Anônimo disse...

Tem certesa que seu sobre nome é MAlub? Não é Maluc não? heheheheheh.....Muito intenso e verdadeiro o que escreveu....Abraços

Glauco

Anônimo disse...

E por falar em NORMAL E
– ÊROS....

Tentando ser igual

Nas minhas várias tentativas de me incluir entre os normais me frustrei. O carnaval não me atrai, as micaretas também não e isso incomodava.
Foi então que decidi ir a uma. E foi bingo! Tudo o que eu sentia por aquilo se aflorou. Nada contra diversão e festas, mas entre uma corda e outra existe uma diferença que me choca. Esquivando-se das meninas e meninos desesperados para “curtir ao máximo”, com seus abadás, tênis e acessórios, passam crianças descalças e sem camisa catando latinhas vazias de um ilusório líquido “cheio de felicidade” (não me interpretem mal, beber é muito bom). Mais à margem, e esta em todos os sentidos, pais de família seguram as cordas. Senhoras e senhores provedores que levam pancadas e palavrões por 20% do que os jovens normais normalmente gastam em uma noite...
E, na busca pela inclusão, continuo e vou a um show de Chiclete com Banana (nada contra eles, por favor). Todos parecem amar aquilo tudo e entre uma letra e outra me frustro novamente tentando entender o motivo de tanta paixão. Será que sou insensível? Deus realmente terá que me perdoar por não ser chicleteiro...
Então, tento me apaixonar pelo futebol, aí me transformo em um ET. O que move parte significativa do futebol é podre. Não existe amor, tudo por dinheiro. Enquanto isso, torcedores brigam, se machucam, gastam e sofrem por uma farsa.
Furar fila, chegar sempre atrasado, não devolver o troco dado a mais, jogar lixo na rua, desperdiçar água... Tudo tão normal! Será normal ou comum? Penso que comum. Não pode ser normal.
Respeitando as diferenças e diversidades de gostos que representam a maravilha do ser humano, rendo-me às minhas esquisitices. E por não ser nem mais, nem menos, apenas aceito e encaro as minhas limitações.
Beijos!!
Nac.