sábado, 25 de outubro de 2008

BEM FEITO PARA O CAPITALISMO

Em 1929 o mundo assistiu a quebra da bolsa de Nova York. Setenta e nove anos depois a história se repete, agora numa quinta feira. Isto, é lógico, não tem importância. Nem mesmo cronologia, macumba, filosofia ou estatística será suficiente para salvar a quebradeira do capitalismo. Não apenas quebradeira financeira, mas sim social emocional e principalmente quebradeira de credibilidade.
Não funciona mais consumir, consumir, consumir se o mundo já conseguiu entender que a felicidade não está em títulos, moedas, carros cada vez mais luxuosos, roupa cada vez mais cara, salário cada vez mais injusto; sem contar com o aumento da fome, da violência, das brigas políticas, das guerras religiosas etc. A simplicidade da vida não encontra espaço neste capitalismo exacerbado. A felicidade não está no que consumimos e sim em quem somos... Isto é fato.
O mundo não quer saber se a bolsa de valores vai cair ou não, mais necessário e importante que isto seja. O mundo está cansado de blábláblá. Está cansado de ver a minoria receber a maior parte. Está cansado de assistir o crescimento desenfreado do capitalismo, onde este compra tudo e todos. Comprou religião, futebol, arte, saúde, amor... O mundo está cansado disto.
Talvez seja um reflexo. Uma onda de energia negativa. Um trabalho muito bem feito no terreiro do Pai Nhonhô. A quebradeira com certeza tem explicação, mas acredito que seja sim uma decadência tardia de um sistema que deixou de lado pessoas, e as trocaram por moedas, muitas moedas. O sistema pode durar muito ainda, mas o segundo sinal de decadência acaba de ser alarmado. O mundo já tem dois motivos para entender que o capitalismo precisa de reformulação ou, porque não, de extinção.

Glauco Viana

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

sei lá

sei lá o que é viver
loucura,
meio doidera, paulera, zueira
completamente retardada esta vida
um dia bem, ou melhor, outro com herpes
um dia sombrio, outro ensolarado, outro nem masturbo
sei lá esta doidera
mentira e verdade na mesma estação
amizade e falsidade na mesma situação
delírio e sobriedade na mesma balada
cagada de vida esta...
mas boa também na mesma proporção
sei lá
trabalho e dívida no mesmo contracheque
cheque sem fundo de paciente sorrindo
tristeza na fome e desperdício maldoso no luxo
sei lá este mundão
sei lá o zorão
sei lá a falta de meu pai
a solidão da minha mãe
a minha solidão prazerosa e disfarçada com pinga e mel
canabis com esterco e loló sem noção
sei lá
até para ficar doido tem complicação!
sei lá este consultório quebrado
dente quebrado
roupa rasgada no bailão
no motel
na calçada do meu coração
sei lá leonardo, bruno, beto, povu du zoro
sei lá eu

Glauco Viana ( totalmente sobrio)