sexta-feira, 4 de novembro de 2011

UM GRANDE SER HUMANO DISSE ISTO...

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Colcha de retalhos
Há muito não escrevo algo que seja interessante. Similarmente, há muito não tenho um sentimento relevante. Sobram rimas pobres, sofismos, dogmas. Fumo quase sempre por uma perigosa e vazia compulsão. Pareço submeter-me a uma espécie de bullying interno [sim, bullying, porque está na moda]: são tantas conversas em mim que disputam o sensato, o descolado, a mentira mais autêntica, de forma que o eu-soberano se escondeu, com medo e talvez até com vergonha. Um de nós cogitou logicamente que estas são consequências de uma programação subconsciente - um algoritmo cerebral de segundo plano, designado a encontrar a fórmula do ser social perfeito. É claro, sob uma ótica fictícia de ciência, um algoritmo cerebral é possível e, assim sendo, pode ser replicado eletro-mecanicamente. Entretanto, o conhecimento das limitações humanas como alguns humanos as conhecem [os que desconhecem é porque simplesmente nunca refletiram a respeito] vai de encontro à idéia da inteligência organoartificial, negando que a separação dos meus eus se deva minimalisticamente a um processamento cortical de informações. Dissertar sobre o assunto parece (e de fato é) fácil e deixa alguns de mim orgulhosos - enquanto outros permanecem impassíveis. Ainda assim, o que incomoda não é a indiferença destes, mas a crueldade daqueles em uma situação inversa. Eu não preciso de mim. Quero dizer, não preciso sabotar o eu-humano em prol do eu-eletrônico. Talvez seja vingança, pois não posso enumerar quantas vezes esse foi prejudicado. Mas era diferente e não havia consciência. Infelizmente, o eu-humano não tem sido perdoado nem nas situações mais curriqueiras, do presente ou do passado. Bem, mas como em qualquer tema de borda, em qualquer polêmica, a cúpula robótica possui argumentos tão fortes e tão frágeis quanto a difusa matilha humana de mim. Neste momento, um momento de sobriedade de um soberano moribundo, consigo falar dos plurais em mim e de meu egocentrismo fragmentado. Neste momento quase infantil, sob efeito de insônia crônica, agindo por impulso e sem tomar decisões preparadas por nenhum dos partidos, confesso que o rei de mim quase morto, que sou eu, precisa de um testamento e não sabe quem será seu sucessor. Restam retalhos de uma colcha rasgada...

3 comentários:

LULUZINHA disse...

AMOR!!!! QUE DRAMÁTICO!!!! TÁ PARECENDO NOVELA MEXICANA COM UMA PITADINHA DE FREUD!!!! TÁ PRECISANDO LER MAIS GIBIS DA TURMA DA MONICA...BEIJUS....TI AMU...

Anônimo disse...

nao fui eu que escreveu....

glauco viana

LULUZINHA disse...

EU SEI QUE NÃO FOI DE SUA AUTORIA. MAS SE NÃO TIVESSE LIDO, NÃO TERIA ESCRITO!!!! ENTENDEU??? FOI POR ISSO QUE EU DISSE PRÁ VC LER MAIS GIBIS....RSRSRSR....BEIJUS...